Benjamin Constant

          Benjamin Constant Botelho de Magalhães , viveu 55 anos ( 1836 - 1891), a maior parte em Rio de Janeiro e Niterói
           

            Formação de nível superior: Engenheiro militar ( Escola Militar do RJ ): 1858 
          Doutor em Matemática e Ciências Físicas ( Escola Central ): 1860

         A vida militar de BC foi exemplar, tendo estado na linha de frente na Guerra do Paraguai construindo pontes, trincheiras e fazendo mapas. Essa, aliás, acabou traçando o destino de BC. Com efeito, lá pegou malária e voltou ao RJ procurando se recuperar. A doença tornou-se crônica e, destruindo-lhe gradativamente o fígado, baço, coração e pulmões, acabou provocando-lhe uma muito dolorosa morte aos 55 anos ( 1891 ).

         Apesar desse sacrifício à carreira militar, a vocação de BC não era essa. Provavelmente inspirado pelo pai, BC sempre quiz ser, e foi, um professor. Sua vida como professor é historicamente importante por várias razões. Por exemplo, sua ação profissional gravita em torno as primeiras instituições brasileiras a ensinarem matemática de nível superior, quais sejam as escolas militares sediadas no Rio de Janeiro:

 

  

 

Professor e pesquisador de Matemática

        

O ensino e pesquisa de Benjamin seguiam a orientação positivista e eram, então, mais o que hoje chamamos de Filosofia da Matemática do que Matemática. 
         Como professor não deixou nenhum livro-texto que nos permita fazer uma avaliação direta e segura. Já mencionamos que era verdadeiramente idolatrado por seus alunos, e os inúmeros depoimentos que temos de sua ação didática resumem-se em elogiá-lo sem entrar em detalhes verdadeiramente matemáticos. Contudo, parece ser bastante seguro afirmar que seu estilo didático era basicamente uma imitação do de Auguste Comte, o fundador do Positivismo e seu mestre." Expunha de modo bem diferente dos livros habituais."
         Quando depois passava às fórmulas e mandava escrever na pedra letras, números ou figuras para deduzir, tínhamos a impressão de que descíamos do alto, já tendo idéia perfeita da paisagem, e de que entravamos a examinar-lhes com vivo interêsse todas as minúcias.
         Qualquer que fosse a matéria da lição, quer se tratasse de Geometria, quer de Cálculo, o método era sempre o mesmo: abarcar primeiro o assunto numa larga visão sintética, contemplá-lo pelo exterior para lhe conhecer as grandes linhas estruturais, localisá-lo com precisão, e só depois invadi-lo francamente para examinar as particularidades." ( Augusto Tasso Fragoso).

         O único trabalho escrito que nos deixou BC foi um trabalho de pesquisa ( 1868 ) e intitulado Memória sobre o tema das grandezas negativas. Para que V. possa fazer uma apreciação mais apropriada, transcrevemos dois textos destacados por Mello e Souza ( o Malba Tahan ) em seu livro de História da Matemática:

         Para derrubar o domínio de parvoíces como essa, foi preciso Amoroso Costa e Otto de Alencar gastarem suas vidas escrevendo artigos expondo seu pedantismo vazio e comparando-as com o que pregam a Ciência e Matemática modernas. Mas, foi só na década dos 1920 que o positivismo começou a ceder terreno. A visita de Einstein ao Brasil de 1925, teve um significado muito enfático:

O Brasil reconhecia a derrota do positivismo e honrava o maior nome da ciência moderna de então


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